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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

NADAR,NAVEGAR , PESCAR, VIVER,SOBREVIVER.OU NAUFRAGAR


O dia da minha formatura foi também o dia em que me submeteria a última etapa do exame para seleção de professores do SESI,já havia feito os testes  escrito, e psicológico, faltando apenas o prático, que consistia na preparação e aplicação de uma aula simulada, fui aprovada, mas não pude assumir imediatamente,por conta de problemas de ordem pessoal, só vindo a fazê-lo um ano depois.
Fui trabalhar no subúrbio ferroviário, no bairro do Lobato. As informações que recebi sobre  minha futura  primeira turma,foram as seguintes: È  chamada de “2ª”   série,  formada por alunos com idade bastante defasada, repetentes de outras escolas, e não lêem nem escreve,apresentam problemas de disciplina,já passaram por duas professoras, nesse ano (pediram demissão), e eu seria a terceira, estávamos no mês de Junho, segundo me disse a coordenadora ; “ era um desafio”.
 A  escola começava a levantar questionamentos acerca das propostas construtivistas, todos estavam ainda engatinhando e os conflitos internos eram enormes. Eu nunca  tinha ouvido falar em Piaget ou Emília Ferreiro , e eles surgiram na minha vida como semi-deuses. Inicialmente usávamos  os estudos da escola da Vila como referencial de trabalho construtivista, comíamos os textos, discutíamos entre nós, algumas lagrimas eram derramadas, principalmente quando a não compreensão da teoria, fazia com que a nossa prática fosse por água abaixo. Como a minha classe fugia a todos os padrões da instituição, e certamente os técnicos não conseguiam incluir meus alunos no modelo teórico construtivista, eu ficava mais livre que os outros professores para experimentar. Éramos vinte e  seis seres, entregues nas mãos de Deus.
Trabalhávamos com um roteiro, que era feito e discutido semanalmente e que eu quase nunca conseguia seguir,pois a classe fugia de quase todos os padrões.

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